Nos dias 7 e 20 de setembro serão realizados atos nacionais e internacionais para denunciar os ataques aos direitos dos trabalhadores e a destruição do país patrocinados pelo governo Bolsonaro
Representantes da CUT e demais centrais junto com movimentos
sociais que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estão em Brasília
esta semana para fazer o enfrentamento contra a reforma da Previdência, que
dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o valor do benefício, entre outras
perversidades contra a classe trabalhadora.
As lideranças da CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, CSP
Conlutas, Intersindical e Nova Central Sindical e CGTB estão conversando com os
senadores e pressionando-os para votar em defesa da classe trabalhadora.
A atividade faz parte da agenda de mobilizações contra
a reforma aprovada na Câmara dos Deputados em julho e em tramitação no
Senado. As centrais também vão denunciar os ataques contra os direitos de
trabalhadores e trabalhadoras na mobilização do Grito dos Excluídos, no
dia 7
de setembro.
E no dia 20, será realizado o um dia nacional de
manifestações em defesa da previdência pública, da educação, do meio ambiente e
da soberania nacional. O objetivo é convergir com o dia internacional de lutas
ambientais, em defesa da Amazônia e do clima e ampliar as bandeiras como as
lutas por direitos, em defesa da previdência, da educação, da soberania e
contra as privatizações.
Ainda dá tempo de virar
O relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso
Jereissati (PSDB-CE), apresenta nesta quarta-feira (4) a complementação do
parecer lido na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa. A ideia do governo de Jair Bolsonaro (PSL) é de que a votação em segundo
turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 006/2019) da “reforma” da
Previdência aconteça até 10 de outubro, mas a classe trabalhadora continuará
lutando.
É nisso que acredita firmemente o presidente da CUT, Vagner
Freitas, que está participando nesta terça-feira (03) da Audiência Pública
sobre “Previdência e Trabalho” na Comissão de Direitos Humanos (CDH) no Senado.
De acordo com ele o Senado não pode se limitar ao papel de homologador do que os
deputados decidem. “Cabe ao Senado Federal aprofundar e refazer o debate que
vem da Câmara porque, segundo a Constituição, esta Casa tem função de revisora
e não de um cartório de homologação”.
Vagner chamou a atenção para os efeitos negativos para a
economia, a
perversidade contra as viúvas que, pelo que foi aprovado na Câmara não
terão direito a pensão integral deixada pelo marido e o total desconhecimento
do governo sobre a realidade do país, onde muitos não vivem até os 65 anos,
muito menos conseguem ficar empregados durante toda a vida laboral.
“O que foi feito na reforma da Previdência na Câmara dos
Deputados arrebenta a economia deste país e é um assalto ao bolso do
trabalhador brasileiro e as pensionistas”.
Para o dirigente, o governo “desconhece que trabalhador e
trabalhadora não vive até 65 anos de idade nas regiões mais pobres do país e
não vai conseguir comprovar 40 anos de contribuição por que não tem emprego
formal no Brasil”.
Vagner lembra em seu discurso que é fundamental este
processo de enfrentamento e luta nas ruas e no Congresso Nacional. Segundo ele,
a reforma só não está pior porque, com a atuação sindical no Congresso e a luta
nas ruas, “impedimos várias atrocidades maiores que eles queriam fazer contra
os rurais”, exemplificou.
O presidente da CUT ressaltou ainda a vitória contra a
desconstitucionalização de todo processo previdenciário que colocaria vários
itens para serem regulamentados por lei ordinária e aprovado “por meia dúzia de
deputados”.
Além disso, Vagner lembrou que foi com luta que os
movimentos sindical e social impediram que a capitalização da Previdência
permanecesse no texto aprovado pela Câmara. De acordo com ele, essa medida
seria o pagamento “que a banca [banqueiros] quis quando elegeu Bolsonaro,
[Paulo] Guedes e [Sérgio] Moro, essa trinca da maldade que governa o Brasil
hoje”, disse se referindo ao ministro da Economia e ao da Justiça.
Para Vagner, “é mentira que o Brasil precise fazer uma
reforma da Previdência” para melhorar a economia. “É falácia, a economia está
paralisada”.
“O Brasil precisa de geração de emprego e renda com carteira
assinada e não transformar o emprego em bico que é o que como eles fizeram
agora. O Brasil precisa de um estado voltado para o interesse do cidadão e não
voltado de meia dúzia de grupos econômicos que querem transformar o Brasil num
quintal das multinacionais. O Brasil precisa de uma nova ordem econômica e
política”, disse Vagner Freitas que foi bastante aplaudido pelo público
presente no auditório Petrônio Portela, onde foi realizada a audiência pública
previdência e trabalho na manhã desta terça-feira (3).
O presidente da CUT concluiu o seu discurso dizendo que
pelos direitos da classe trabalhadora, pela relação comercial com os países do
mundo inteiro, pelo meio ambiente e pela soberania nacional o Brasil precisa de
Lula livre.
“Por tudo isso nós temos de falar Lula livre. Primeiro
porque ele é inocente. E também porque ele tem de estar livre para capitanear a
resistência do povo Brasil, pela soberania nacional em defesa dos nossos
interesses públicos, empregos, Previdência e legislação sindical ”, concluiu
Vagner.
Tem mais luta em 24 de setembro
Ainda como parte da agenda de lutas do movimento sindical, o
dia 24 de setembro, data prevista, até agora, para votação da Reforma da
Previdência no plenário do Senado Federal, será um dia fundamental para
pressionar os parlamentares contra a votação da reforma.
Assista na íntegra o vídeo com a participação de Vagner
Freitas na CDH no Senado
Fonte: CUT
Foto: Reprodução
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